Bom Sucesso de Itararé (SP) em 28 de Abril de 2024

Nossa viagem começou às 19:00 da noite anterior e partimos de Rio das Pedras com a van do Sr. Paulo com destino para Bom Sucesso de Itararé, localizada quase na divisa com o Estado do Paraná, foram cerca de 350 km só para chegar ao ponto de encontro onde esperamos os guias Pedro, o seu marido Edson e um amigo do casal o Gilberto.

A noite estava linda e a lua deu um espetáculo à parte, chegamos por volta das 23:00 em uma daquelas pequenas praças de cidades do interior, onde tinha alguns jovens reunidos conversando e pouquíssimos carros nas ruas da pequena cidade, um dos moleques estava com sua bicicleta e ficou pedalando e buzinando bem alto com uma daquelas buzinas de caminhão, a alegria do rapaz se transformou em um incômodo para alguns dos companheiros da nossa viagem e por fim o pessoal acabou esperando um tempo os guias e eles aproveitaram para comer um lanche, naquele momento fiquei um pouco ansioso para começar a caminhar.

PARTE 01 – MORRO DOS CRISTAIS

Com o pessoal reunido, começamos nossa trilha e o primeiro destino era o místico Morro dos Cristais, com seus 1345 metros de altitude, o ponto mais alto da região, a caminhada durou algumas horas e o percurso apresentou alguns desafios que foram vencidos com certa facilidade pelo pessoal, conseguimos chegar com antecedência próximo ao ponto mais alto do morro para presenciar o raiar do dia, esperamos deitados por algumas horas e o grupo sofreu com a ação do vento e a gélida temperatura da madrugada, estranho não senti a temperatura, acredito que devo estar virando um residente das montanhas brasileiras.

O morro em questão possui uma quantidade enorme de “cristais” compostas basicamente por rochas de quartzo, em um dos lugares encontramos resquícios da exploração humana dessas belas rochas, provocando uma degradação ambiental do solo, outro ponto de preocupação é a expansão de espécies invasoras como o eucalipto e o pinus que estão provocando um desequilibro para as espécies da fauna e flora locais, a quantidade de fazendas de pinus e eucaliptos para fins comerciais é amplamente difundido e observa-se pelas paisagens da região.

Um companheiro inusitado de nossa volta do morro foi um cachorro, muito alegre e brincalhão, cumprimentava as pessoas mostrando sua patinha e balançando o rabo, trilheiro formidável caminhou muito bem até a fazenda e nosso destino final do morro, a natureza do local, a simplicidade e hospitalidade dos moradores da região ficou marcado e por fim partimos para os famosos Cânions de Pirituba.

PARTE 02 – VALE DOS GIGANTES

A força motriz de um trilheiro é a aventura e escalar a icônica Pedra da Galinha (a montanha fez jus ao nome que recebeu) foi uma prazerosa conquista, no seu cume observamos a grandiosidade da serra onde se localiza o Morro dos Cristais e na direção oposta a Pedra do Camelo, mais uma que mereceu o nome que recebeu e diversas outras pedras que fizeram a imaginação dar voltas pelo Vale dos Gigantes.

O Vale dos Gigantes está localizado em uma estrada que liga os municípios de Itararé e Itapeva e fomos recebidos pelo proprietário das terras onde estão as pedras e com ele escalamos a Pedra da Galinha, já no alto do cume ele nos deu uma verdadeira aula sobre o relevo e a geografia local e no caminho de volta, tivemos o prazer de observar algumas borboletas que deram um espetáculo de beleza e nos fez refletir ainda mais como a natureza é bela, o sentimento de felicidade das pessoas foi unânime, o pessoal amou o lugar.

PARTE 03 – CÂNIOS DE PIRITUBA

Que lugar incrível, simplesmente difícil de descrever suas inúmeras belezas naturais, a energia que de lá emana foi revigorante e nos encheu de alegria, percorremos algumas trilhas para cachoeiras belíssimas com diversas quedas e águas que tranquilizaram aos que mergulharam em seus poços, na última cachoeira que visitamos, o sofrimento de vencer uma ladeira que parecia não ter fim e demos de cara para uma queda magnífica e a sensação de banhar em suas águas foi algo divino, o desejo era de permanecer por horas contemplando, infelizmente o tempo era curto e passa muito rápido, retornamos por onde viemos e decidimos ir conhecer o tão famoso mirante, andamos mais um pouco e chegamos no que parecia ser o paraíso, um lugar de tirar o fôlego, os cânions de Pirituba são esplendidos, nos sentimos pequenos perto de seus paredões e nos alegramos com os voos dos belos Andorinhões.

Como tudo que é bom dura pouco, retornamos felizes de ter conhecido pessoas incríveis e lugares onde a natureza é predominante e abençoada, voltamos cansados, mas com um sentimento de nunca ter partido.